Glicemia é o termo que define concentração de glicose em amostras de soro ou plasma. Engana-se quem acredita que a determinação da glicemia só tenha importância para diagnóstico e monitoração do paciente diabético.
De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) a diabetes tem sido diagnosticada de forma crescente e alarmante. Na medicina veterinária, nota-se o envelhecimento da população canina e felina, a humanização crescente dos animais e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis, incluindo o sedentarismo, dietas inadequadas e obesidade.
Três achados são possíveis para uma determinação glicêmica: normo, hipo ou hiperglicemia.
Várias podem ser as causas de hipoglicemia, dentre as mais comuns destacam-se o jejum prolongado. Causas patológicas incluem secreção excessiva de insulina ou redução dos antagonistas da insulina. Consumo excessivo da glicose também pode ser observado em casos de septicemia, endotoxemia, exercícios extenuantes ou durante a lactação. Valores abaixo de 30mg/dL devem ser vistos com um prognostico desfavorável já que podem representar risco de edema cerebral e óbito.
A hiperglicemia, também pode ser causada por mecanismos extras pancreáticos. As principais causas incluem a falha no jejum, estresse agudo e crônico ações hormonais inespecíficas como da progesterona durante o diestro. Causas patológicas devem ser diagnosticadas para devida correção e, a diabetes mellitus (DM) deve ser incluída.
O diagnóstico precoce favorece a manutenção da estabilidade energética e previne a síndrome metabólica que o animal pode desenvolver, representando qualidade e longevidade aos pacientes.
O principal meio diagnóstico é a determinação da glicemia em jejum, associada a glicosúria persistente. Valores de glicemia superiores a 200mg/dL por períodos prolongados também representam prognóstico reservado especialmente por representar risco para ocorrência de edema citotóxico e lesões microangiopáticas multissistêmicas.
Considerando todas essas colocações, fica clara a importância da monitoração glicêmica dos pacientes veterinários, então, vamos realiza-la de forma segura ao paciente e confiável para a interpretação.
Texto elaborado pela Prof.ª Dr.ª Fabíola Paes Leme (2015).