Sabemos que a cetose é uma das doenças metabólicas mais comuns em bovinos leiteiros de alta produção, principalmente no período do puerpério, mas você sabia que quanto maior o escore de condição corporal, maior a chance de desenvolvimento de cetose?
As reservas corporais são avaliadas com grande importância para desempenho e produtividade do animal, além de controlar as doenças metabólicas. No período pós-parto, vacas perdem condição corporal fisiologicamente, pois para produzir leite, o metabolismo utiliza das reservas corporais com o que se denomina Balanço Energético Negativo.
Os períodos em que mais se deve ficar atento à condição corporal são os períodos seco, pós-parto e final do período voluntário de espera, onde se pode ajustar o consumo de matéria seca para correção de possíveis falhas.
Como é feita a avaliação do ECC?
A condição corporal é feita observando-se a garupa da vaca, primeiramente observando-se os ossos do íleo, do ísquio e da inserção da cauda.
A escala mais utilizada para gado de leite é a que vai de 1 a 5 (EDMONSON et al., 1989), sendo 1 para a vaca extremamente magra e 5 para a vaca extremamente gorda. É requerido a avaliação de 0,50 ou 0,25 pontos para mais ou para menos na escala.
O que o ECC afeta na Cetose?
Vacas que apresentam alto ECC no período pós-parto vão ser desafiadas pela esteatose hepática (fígado gordo) e cetose tipo II. Há um limite para a quantidade de ácidos graxos que pode ser manipulada pelo organismo e utilizada pelo fígado. Quando se atinge esse limite, as gorduras não são mais queimadas para fornecer energia (como no BEN), elas começam a se acumular nas células do fígado como triglicerídeos e alguns dos ácidos graxos são convertidos em corpos cetônicos. Está associada a valores de hipoglicemia, hiperinsulinemia e resistência a insulina.
Fonte: AROREIRA, L. J. M. Cetose e infiltração gordurosa no fígado em vacas leiteiras. Juiz de Fora: Embrapa-CNPGL, 1998. 23 p.